Governo alega que indenizações devem ocorrer por via administrativa para evitar colapso financeiro e excesso de processos na Justiça

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), apresentou no último dia 12 de junho ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 1236). No documento, solicita a suspensão imediata de todas as ações judiciais movidas por aposentados e pensionistas vítimas de descontos indevidos em seus benefícios, ocorridos entre março de 2020 e março de 2025.

A medida não se limita aos processos em andamento: a AGU também requer a perda de eficácia de decisões judiciais já proferidas, que responsabilizam a União e o INSS por esses descontos.

Objetivos do pedido

  1. Evitar “litigância predatória” por parte de escritórios que ingressam com ações judiciais em massa, que podem dificultar a restituição dos valores pelas vias administrativas.
  2. Assegurar segurança orçamentária, impedindo que decisões judiciais determinem devoluções em dobro, comum sob o Código de Defesa do Consumidor, mas sem previsão na legislação previdenciária.
  3. Permitir ressarcimento administrativo, com a abertura de crédito extraordinário fora do teto de gastos para agilizar o pagamento às vítimas .

O cenário das ações

Proposta de tramitação

A ADPF foi endereçada ao ministro Dias Toffoli, que já atua como relator de casos similares. A petição pede ainda a suspensão da prescrição dessas ações enquanto estiver em análise pelo STF.

O que muda para os aposentados


Conclusão: O governo propõe uma transição da via judicial para a administrativa, argumentando que isso agiliza os pagamentos e protege o sistema previdenciário de uma avalanche de litígios. A decisão agora depende do posicionamento do STF.