À véspera de encontro histórico com Trump no Alasca, presidente russo valoriza iniciativas americanas e aponta tratados de armas nucleares como caminho para paz global.

Em mensagem transmitida nesta quinta-feira (14), o presidente Vladimir Putin afirmou que os Estados Unidos estão empenhados em promover esforços “bastante enérgicos e sinceros” para pôr fim à guerra na Ucrânia, que se arrasta desde fevereiro de 2022.

Putin fez tais declarações durante reunião com altos membros do governo russo, na véspera da cúpula com o presidente dos EUA, Donald Trump, marcada para sexta-feira (15), na cidade de Anchorage, no Alasca.

O líder russo destacou que esses esforços visam “criar condições de paz de longo prazo entre nossos países, na Europa e no mundo como um todo”. Adiantando o conteúdo das negociações, Putin indicou que um possível acordo sobre controle de armas ofensivas estratégicas, especialmente nucleares, estará na pauta — lembrando que o tratado Novo START, única barreira formal à corrida nuclear entre EUA e Rússia, expira em fevereiro de 2026.

A agência Reuters também ressaltou que Putin vê o controle de armas como parte de um esforço mais amplo de restabelecer estabilidade global. De modo semelhante, outros veículos destacaram o otimismo russo quanto à renovação das negociações de segurança internacional com os Estados Unidos nesse encontro.

A cúpula de sexta-feira será o primeiro encontro presencial entre Putin e Trump desde 2021, com enorme potencial para reverter rumos no conflito ucraniano. Europa e Ucrânia acompanham com cautela os preparativos, temendo que acordos bilaterais excluam ou enfraqueçam Kiev

Analistas europeus apontam que Putin pode usar o tema nuclear e promessas econômicas para desviar o foco da guerra, enquanto líderes como Macron e Starmer intensificam pressão para garantir a integridade territorial da Ucrânia

À beira da histórica cúpula em Anchorage, Putin adota um tom diplomático incomum ao exaltar a postura dos EUA e sinalizar disposição para tratar de controle nuclear — um gesto que pode abrir caminho para novas negociações, mas que também levanta dúvidas sobre a real disposição russa em recuar no conflito ucraniano.

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