Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro é punido por participação na tentativa de golpe, mas tem pena atenuada por colaboração com a Justiça

Brasília — 25 de agosto de 2025
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta sexta-feira (25) o tenente-coronel Mauro Cid a 2 anos de prisão em regime aberto, por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A pena considerou a atuação de Cid como auxiliar direto do ex-presidente Jair Bolsonaro na articulação de atos antidemocráticos, incluindo a elaboração de minutas golpistas, reuniões com militares e manipulação de informações para desacreditar o processo eleitoral.
O voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, destacou que Mauro Cid “atuou como elo entre Bolsonaro e setores que planejavam a ruptura institucional”. No entanto, a pena foi atenuada devido ao acordo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR), no qual o militar entregou provas e depoimentos considerados cruciais para a condenação de outros réus, incluindo o próprio ex-presidente.
Cid cumprirá a pena em regime aberto, com restrições como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e proibição de contato com outros investigados.
A defesa afirmou que a sentença “reflete o reconhecimento da contribuição de Mauro Cid para a verdade dos fatos”. A condenação reforça o peso das delações no processo que envolve a cúpula do antigo governo.