A estrutura da Câmara Municipal de Ji-Paraná poderá passar por uma transformação significativa nas próximas semanas.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) moveu ações contra os partidos PRD, PRTB e Podemos, acusando-os de cometer fraude à cota de género nas eleições de 2024. A denúncia aponta a utilização de candidaturas femininas fictícias, incluídas apenas para cumprir a exigência legal de 30% de participação mínima de um dos géneros.
O Caso
As investigações revelaram que algumas candidatas lançadas por essas siglas obtiveram votações insignificantes — em certos casos, sequer votaram em si mesmas — e não desenvolveram qualquer tipo de campanha eleitoral. Esses indícios configuram, segundo o MPE, uma tentativa deliberada de burlar a legislação, o que pode resultar na anulação de todos os votos recebidos pelos partidos envolvidos.
Entre os parlamentares diretamente ameaçados pela possível cassação estão Ademilson Procópio Anastácio (PRD) e Wanderson “O Bença” (PRTB). Caso a Justiça Eleitoral confirme a fraude, os votos atribuídos às chapas desses partidos serão desconsiderados, gerando uma nova totalização e, por consequência, a redistribuição das cadeiras no Legislativo municipal.
Possíveis Novos Beneficiados
Com a recontagem dos votos válidos, partidos já representados na Câmara, como PL, PSD, MDB, PP, Republicanos, União Brasil e, principalmente, o PL, poderão ampliar suas bancadas. O Partido Liberal (PL), que atualmente possui três vereadores eleitos, é apontado como um dos maiores beneficiários dessa reconfiguração, devido à sua expressiva votação e à possível elevação do quociente eleitoral com a exclusão dos votos dos partidos sob investigação.
Repercussão Política
O caso escancara uma grave distorção no cumprimento da cota de género e levanta questionamentos sobre a eficácia dos mecanismos de fiscalização eleitoral. A exigência legal, que busca promover maior representatividade feminina, é transformada em mera formalidade por partidos que “tentam driblar o sistema”. Essa prática, além de ilegal, compromete a integridade do processo democrático.
Conclusão
A situação de Ji-Paraná ilustra como a manipulação das normas eleitorais pode ter efeitos profundos na representatividade política local. A decisão da Justiça Eleitoral, aguardada com grande expectativa, tem potencial para alterar substancialmente o equilíbrio de forças na Câmara Municipal e servir de alerta para a necessidade urgente de maior rigor e responsabilidade na condução dos processos eleitorais em todo o país.