Em meio ao escândalo de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, confrontou diretamente o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, do governo Lula.

A tensão surgiu após Marinho afirmar que decisões do STF sobre a pejotização poderiam “acabar com a Previdência e o próprio Ministério do Trabalho”. Gilmar Mendes respondeu de forma contundente: “O que acaba com a Previdência é esta roubalheira que estamos vendo no INSS” . A declaração refere-se ao recente escândalo revelado pela Polícia Federal, que identificou descontos indevidos em aposentadorias e pensões, totalizando aproximadamente R$ 6,5 bilhões desviados. O ministro do STF também criticou a tentativa do governo de barrar a pejotização, comparando-a a “defender o condutor de carruagem contra o avanço dos carros”, e destacou a necessidade de modernizar as relações de trabalho . O escândalo no INSS já resultou na demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, e na nomeação de Wolney Queiroz como seu substituto. Queiroz deverá prestar esclarecimentos ao Senado no próximo dia 15 de maio sobre as medidas que serão tomadas para evitar novas fraudes. A postura firme de Gilmar Mendes reflete a crescente insatisfação com a gestão da Previdência e a necessidade de reformas estruturais para garantir a sustentabilidade do sistema.
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O escândalo de fraudes no INSS e a bronca pública de Gilmar Mendes no ministro de Lula podem ter impactos significativos nas eleições de 2026, principalmente em três frentes: percepção pública, discurso da oposição e alianças políticas.
1. Desgaste do governo e da esquerda
A imagem do governo Lula, já pressionada por desafios econômicos e sociais, sofre mais um golpe com a revelação de desvios bilionários em um órgão sensível como o INSS. Isso:
- Alimenta a narrativa de ineficiência e corrupção;
- Pode reduzir o apoio de eleitores moderados e indecisos, que costumam decidir o resultado das eleições;
- Enfraquece pré-candidatos governistas, como possíveis nomes do PT ou de partidos aliados.
2. Fortalecimento da direita e da oposição
Líderes da direita, como Jair Bolsonaro (caso esteja elegível) ou seus herdeiros políticos, vão explorar esse episódio como símbolo da “velha política”, da impunidade e da “máquina estatal corrompida”. Isso fornece:
- Municação eleitoral para campanhas antipetistas;
- Argumentos para defender a privatização de serviços ou reformas administrativas;
- Potencial de unificar a direita em torno de uma candidatura forte para 2026.
3. Redefinição de alianças e pautas
Aliados de centro e até da centro-esquerda podem se afastar do governo para proteger suas próprias imagens nas eleições. Ao mesmo tempo, o tema combate à corrupção volta ao centro do debate político, assim como:
- Eficiência na gestão pública;
- Fiscalização e transparência;
- Reformas na Previdência.
Conclusão
Se o governo Lula não reagir com firmeza — punindo envolvidos, implementando medidas corretivas e recuperando a confiança —, esse caso pode ser um divisor de águas e comprometer seriamente as chances da base governista em 2026.